segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Frutas de 2 de novembro

Frutas e flores dividiram o espaço das calçadas no entorno do cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, no dia de Finados. Banana, laranja, abacaxi e coco foram algumas das opções para os visitantes. O comerciante Cláudio Marvila Benevites, 44, tinha a expectativa de aumentar as vendas de abacaxi. Ele, que costuma estacionar o caminhão de frutas na região da rodoviária, foi para perto do cemitério no dia 2 de novembro. “Em dias normais, vendo entre 150 e 200 abacaxis. Hoje devem sair pelo menos uns 300”, afirmou.

Durante o período em que a reportagem acompanhou o comércio das frutas, muita gente comprou os produtos. João Silvério da Silva, 66 anos, aproveitava para oferecer bananas e laranjas a quem parava para olhar as flores de sua banca. “Trouxe a mercadoria que sobrou da feira, senão vou perdê-la toda”, explicou. O único medo do comerciante era ter que pagar a licença de permanência da Prefeitura de Lafaiete, no valor de R$ 78. “Se eu tiver que desembolsar esse dinheiro, meu lucro vai todo embora”, reclamou.

A mulher do feirante, que o ajudava no balcão improvisado no porta-malas de uma Variant verde, reforçou a queixa. “Mesmo que a gente venda tudo, o nosso lucro não vai chegar nem a R$ 80”, disse Otília Inácia da Silva, 66. Para João Silvério, que levou seis caixas de banana e uma de laranja, a taxa deveria ser proporcional à quantidade de mercadoria oferecida. De acordo com o Setor Municipal de Tributação, os ambulantes que estavam sem o licenciamento para o dia de Finados deveriam ir à prefeitura no dia seguinte e regularizar a situação. Do contrário, o nome da pessoa poderia ir para a dívida ativa do município.

Apesar do risco de ver seu lucro ir quase todo para os cofres municipais, João Silvério insistia em continuar na rua, até que a mercadoria acabasse. É assim que ele faz há cerca de cinco anos, para garantir um reforço no orçamento do mês de novembro. Os arranjos de flor para revenda são comprados em uma floricultura da cidade. “Eu penso que estou ajudando quem precisa comprar uma flor de última hora. É ruim ter que vender num dia em que as pessoas estão tristes. Mas a gente precisa trabalhar, né?”, declarou.

Lado a lado com as flores, a banca do vendedor José Sales Cardoso, 64, teve uma inovação neste ano: água de coco gelada. “Isso é lazer. A pessoa quer sempre beber alguma coisa, matar a sede”, justificou. A banca em que José Sales trabalha, junto com a mulher, Maria das Graças Rodrigues Cardoso, 56, pertence a outra pessoa. Eles ganham comissão pela venda das flores. Mas, como a água de coco foi uma invenção dos dois, o lucro das vendas com a novidade iria todo para o bolso deles. O copo duplo era vendido a R$ 2.

“É a primeira vez que a gente faz isso e está dando certo. A água de coco está tendo boa saída”, comemorou Maria das Graças, que chegou com o marido por volta de 6h à praça em frente ao cemitério. O comércio do qual o casal toma conta já estava com a autorização de funcionamento paga. E a reclamação de que o lucro “ficaria todo na prefeitura” se repetiu. “Essa taxa é muito alta. O prefeito tinha que olhar pelos pobres e acabar com isso”, sugeriu José Sales.

  • Reportagem produzida para a disciplina Jornalismo Econômico, 5º período de Jornalismo - PUC Minas.
  • Foto: Agência Estadoatual/Jornalista Carlos Pacelli.

domingo, 15 de novembro de 2009

Do Líbano para o Mercado Central de Belo Horizonte

O Brasil tem sido uma terra generosa para a libanesa Hana Dawood Abou Tabikh. Com quase 30 anos de história como comerciante no Mercado Central de Belo Horizonte, ela vê com satisfação o término da crise econômica surgida em meados de 2008, planeja um fim de ano feliz e acalenta o sonho de abrir uma segunda loja no tradicional centro de compras da capital mineira.

Dona de um empório árabe e delikatessen perto da entrada da rua Curitiba – chamado Coisas D’Hana –, a imigrante mantém seu comércio em sociedade com a filha Amine e emprega cinco funcionários. Nos fins de semana, é preciso chamar mais um colaborador para ajudar no atendimento aos clientes e na cozinha. E, com o maior movimento previsto para dezembro, pelo menos duas pessoas devem ser contratadas. Nenhum empregado estará de férias nessa época.

Hana, de 65 anos, se orgulha em ter “sangue de gente trabalhadora”. Ela veio para o Brasil fugindo da guerra civil que assolou o Líbano em 1976. Quando chegou ao Mercado Central, cerca de 30 anos atrás, abriu um restaurante de comida árabe. Há oito anos, migrou para o modelo de comércio atual. “Acredito demais na força do trabalho. Quem trabalha muito não tem como perder”, afirma, com forte sotaque. “Sou descendente do povo de Vinícius, da cidade de Haifa. Foi de lá que saiu o primeiro comerciante do mundo”, acrescenta, com fala rápida e voz firme.

A vontade de fazer o negócio prosperar leva Hana a investir sempre em sua empresa. A última mudança realizada no local foi a compra de um balcão, para expor produtos como pães sírios, doces típicos, especiarias e outros alimentos. Em breve, também deve chegar uma estufa térmica, para guardar os quibes e esfirras de fabricação própria. O investimento seguinte será a troca de duas vitrines da fachada. “As pessoas comem com os olhos. O visual da loja tem que ser bonito”, acredita.

De trás do caixa – de onde Hana acompanha atenta, em um monitor, as imagens do circuito interno de câmeras e atende os compradores sem precisar usar calculadora ou consultar uma lista de preços dos produtos –, a libanesa está esperançosa de que terá um fim de ano farto. “A crise financeira nos afetou muito. Os preços de importação subiram e as vendas diminuíram. Muita gente ficou segura, com medo de gastar. Agora já está tudo voltando ao normal”, avalia.

O cenário positivo deixa Hana ainda mais entusiasmada em realizar o sonho de abrir um bazar no Mercado Central, onde venderia artigos de decoração, bijuterias e tecidos orientais. “Há muito tempo venho olhando o ponto. Mas nunca coincide de haver uma loja para alugar no corredor onde eu quero, ou de eu ter as luvas na hora certa. Mas eu vou esperar. Para tudo na vida, a pessoa tem que ter calma. Eu acredito muito em Deus e sei que vai chegar a minha hora”, diz a muçulmana, que, entre os funcionários, leva a fama de ser uma chefe do tipo “linha dura”, apesar de “ter um bom coração”.

Se, no início da vida no Brasil, o idioma foi um grande empecilho – Hana chegava a perder vendas por não entender o que o cliente queria –, hoje o português já não é mais problema. A estrangeira aprendeu a nova língua por conta própria e agora não vive sem revistas e jornais brasileiros. Aliás, ela já foi personagem em várias dessas publicações. “Estou muito bem conhecida aqui no mercado. Todo turista que vem aqui passa pela minha loja. É praticamente uma parada obrigatória”, assegura.

A comerciante acabou se tornando amiga íntima dos clientes mais fiéis. “Tenho fregueses que não me abandonam. Depois que fechei o restaurante e abri a delikatessen, eles passaram a levar a comida para casa, em vez de comer aqui. As vendas melhoraram. Fiz uma boa troca”, revela. Para Hana, trabalhar pensando só em “estocar dinheiro no banco” é perda de tempo. “Não construí grandes patrimônios, mas vivo com conforto. Tenho um imóvel onde moro, uma casa na praia e um carro que me leva aonde quero. Pago minhas contas em dia. Isso basta”, conta ela. Além dos idiomas árabe e português, Hana domina o inglês e o francês e viaja pelo menos duas vezes por ano, geralmente para a terra natal, onde moram seus familiares.

Além da sócia Amine, a lojista tem outra filha, que é nutricionista e trabalha com ela na Coisas D’Hana dando consultoria sobre os alimentos produzidos na loja – entre os quais se incluem massas folhadas, patês, coalhadas e pães. O único problema que Hana vê no negócio é a alta carga de impostos. Mas nem isso a faz desanimar. “Tenho muita fé”, resume a empresária, que veio para o Brasil sem a pretensão de ficar. “Quando vim, era só para esperar a guerra passar. Mas ela não passou. Nós fomos ficando aqui e estamos até hoje”, relembra.

  • Reportagem produzida para a disciplina Jornalismo Econômico, 5º período de Jornalismo - PUC Minas.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Jornal "Hoje em Dia" está à venda

Deu na coluna "Radar", de Lauro Jardim, da revista "Veja":

O Grupo Record optou por concentrar seus investimentos em TV, rádio e internet e, por isso, decidiu colocar à venda seus dois jornais impressos, o “Correio do Povo” e o “Hoje em Dia”.

O “Correio do Povo”, sediado no Rio Grande do Sul, é um dos jornais mais antigos do Brasil. Foi fundado em 1895 por Caldas Júnior e teve importante papel na história da comunicação gaúcha, afinal em sua criação servia como uma alternativa isenta para os grupos políticos pica-paus e maragatos, na conhecida Revolução Federalista. Em 2007 o “Correio do Povo” foi vendido para o Grupo Record, liderado pelo bispo Edir Macedo. A publicação fazia parte da Rede Guaíba, formada também por uma emissora de TV – o canal 2, ainda usado pela Record – e pela Rádio Guaíba. Esse é o segundo jornal que mais circula no Rio Grande do Sul.

Já o “Hoje em Dia” tem sua sede localizada em Minas Gerais. O jornal sofre com a pesada concorrência, formada pelo consolidado “O Estado de Minas” e os tabloides “Super” e “Aqui”. Os dois últimos são comercializados a preços populares e cativaram o leitor mineiro.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Adiamento do jubileu de Congonhas quebra tradição de 250 anos

Entrou no ar no Portal O TEMPO Online minha primeira reportagem assinada em um órgão da grande imprensa.
A matéria foi resultado de muitas apurações e de uma tarde de caminhadas no entorno do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Valeu a pena.
Para ler o texto na íntegra e ver o vídeo com depoimentos de moradores e romeiros, clique aqui.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Joana, uma brasileira

A auxiliar de serviços gerais Joana D’Arc de Souza Santos, de 43 anos, levou um susto quando a filha mais nova, de 18 anos, apareceu grávida no ano passado. No entanto, Aline Cristina de Souza Santos teve o apoio dos pais para levar a gravidez adiante. E, mais do que isso, eles se dispuseram a sustentar a criança que chegaria ao mundo em poucos meses.

Joana nasceu e mora até hoje em Conselheiro Lafaiete (MG). Ela trabalha há seis anos em um colégio particular da cidade, fazendo limpeza e ajudando a tomar conta das crianças do ensino fundamental. Antes disso, foi babá durante um ano e trabalhou em uma escola estadual durante dois. A vida profissional da auxiliar começou nove anos atrás. Antes disso, sua dedicação era exclusiva ao lar.

Em 2008, Joana resolveu voltar à escola, pois só estudou até a quarta série. Mas o retorno à sala de aula foi interrompido pela gestação da filha. Na época em que Aline engravidou, seu pai, o pedreiro refratário Eli Rodrigues dos Santos, estava trabalhando fora da cidade. Há cerca de um ano e meio, ele é contratado para “paradas” de empresas siderúrgicas e metalúrgicas, reformando e construindo altos-fornos. Já passou por uma firma do Rio Grande do Sul e outra de Goiás, depois foi para Ipatinga (MG) e hoje está em Barra Mansa (RJ).

Apesar da saudade, a distância da família foi benéfica: Eli conseguiu aumentar consideravelmente sua renda, nessas empreitadas país afora. O salário fixo dá mais estabilidade do que os pagamentos pelos “bicos” que ele fazia antes. “Acho que hoje o meu marido deve ganhar mais ou menos uns R$ 1.600. Não sei o valor exato, porque nem me preocupo com isso. Essa história de ficar olhando contracheque... Para mim, ele colocando as coisas dentro de casa, é o que importa”, diz Joana.

A renda de Eli, somada ao salário mínimo de Joana – “que, com os descontos, cai para R$ 400” –, mantém a casa. Depois que o bebê de Aline nasceu, Joana – que já tinha largado o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) – passou a cuidar do neto. A filha – que não se casou com o namorado, da mesma idade – faz o curso de mecânica em uma escola técnica municipal. A outra filha, Karina Patrícia de Souza, de 23 anos, estuda em uma universidade particular na cidade e trabalha em um projeto assistencial da instituição, o que lhe dá direito a um desconto na mensalidade do curso de Normal Superior.

Joana não se queixa da vida. “Sempre criei as minhas filhas dentro do que eu podia dar. Nunca mudava muito meus hábitos quando o salário aumentava. Hoje a gente vive bem. Não falta nada dentro de casa, graças a Deus”, comenta. Em outras épocas, não foi assim. Pouco antes de Aline nascer, o marido de Joana perdeu o emprego. Foi um sufoco. “No final do governo do Fernando Henrique [Cardoso], ele ficou desempregado de novo. Depois que o Lula entrou, o emprego melhorou para todo mundo”, observa a auxiliar de serviços gerais, acrescentando que a família conseguiu superar esses momentos difíceis com o salário dela e com a ajuda dos parentes.

Os laços familiares sempre tiveram muita importância na história de Joana. A lafaietense perdeu os pais muito cedo, levados pelo vício da bebida. Casou-se e foi morar com a sogra, que virou uma segunda mãe para ela. Algum tempo depois, se mudou para sua casa própria, onde está até hoje. A filha mais velha dela, na verdade, é uma sobrinha. A menina foi adotada quando ainda estava com sete meses, pois perdeu a mãe. O pai, irmão de Joana, também é alcoólatra e hoje vive em cima de uma cama, sob os cuidados de uma outra irmã.

Sonhos com luxo e riqueza passam longe da cabeça de Joana. O que ela quer mesmo é ver as filhas bem encaminhadas e a família com saúde, além de ter um dinheiro para passear e viajar. No ano passado, ela realizou alguns de seus sonhos. O período de um mês e dez dias que o marido passou no Rio Grande do Sul foi suficiente para ele conseguir comprar o piso da cozinha da casa e dar à mulher o armário de cozinha que ela desejou por mais de 25 anos. Eli também presenteou as filhas com um computador.

“Acho que só a saúde ainda está muito ruim no país. A gente sofre muito nas filas e os postos estão sem médico. Apesar disso, a minha filha foi muito bem tratada no parto dela”, opina Joana, que paga um plano médico básico, para ajudar nas horas de emergência. Essa brasileira, que já conseguiu guardar dinheiro na poupança, mas hoje não possui mais essa reserva, só lamenta hoje a distância do marido. Os encontros ocorrem apenas uma vez por mês. “Mas sei que é melhor ele estar longe, mas trabalhando, do que estar aqui desempregado”, conclui.

  • Reportagem produzida para a disciplina Jornalismo Econômico, 5º período de Jornalismo - PUC Minas.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O que aconteceu, Heraldo?



Calma, Fátima Bernardes já passou por constrangimento semelhante (é hilário):

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Silvio Santos na Globo

Silvio Santos foi citado na Globo, graças à entrevista que Marcelo Adnet deu ao "Programa do Jô" de sexta-feira, dia 24. O humorista imitou o apresentador cantando "Sweet Child O'Mine" (o que, para quem acompanha o "15 Minutos", da MTV, não foi nenhuma novidade).

Mas vale a pena ver a entrevista. No começo o papo está bem morno, mas depois fica divertido. É a Globo se rendendo ao talento de Adnet. Inclusive, circulam boatos de que a emissora chegou a sondar o humorista para trabalhar lá, mas ele teria recusado - lembrando-se das experiências mal-sucedidas de quem saiu da MTV com a esperança de brilhar na Globo e só encontrou a geladeira (casos de Cazé, Chris Couto e, mais recentemente, Sarah Oliveira, que anda bem apagadinha).

Para ver a entrevista de Adnet a Jô, clique aqui e aqui.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cômico, se não fosse trágico

Só no Brasil mesmo...
Depois que a "infração" já foi cometida, de que adianta a Justiça agir?
E viva a morosidade do judiciário brasileiro!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Estar recorrendo, estar retornando...

Se houvesse também uma punição para uso do gerundismo, com certeza o prefeito deveria ser enquadrado...

Fora isso, tenho dó dos pouco mais de 13 mil habitantes de Conceição do Rio Verde.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Eternal Moonwalk

A morte de Michael Jackson já gerou tantas bizarrices e invenções, mas sempre há algo para surpreender. Agora vêm alguns fãs dizer que viram o fantasma do ídolo no vídeo da CNN e aqueles que juram que Michael não morreu (já não ouvimos história parecida antes?). Mas, entre as homenagens ao Rei do Pop, uma das mais legais do mundo virtual, com certeza, é esta. Sensacional, não?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Contra números...

Está no Twitter do jornal: segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC), O TEMPO é o jornal que mais cresce no Brasil, tendo aumentado sua circulação em 40% desde dezembro do ano passado.
E em maio o Super Notícia foi o jornal mais vendido do país. Desde 2006, é o mais vendido no estado. E pensar que, antes do Super, Minas sequer aparecia no ranking de dez jornais de maior circulação no Brasil.
Leia mais aqui.
Contra números, não há argumentos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Não quer sair..."

Há meses construo um "texto mental" sobre o grupo Queluz de Minas - fenômeno da música lafaietense (e por que não mineira) da década de 80. Desde que comecei a ouvir as canções (e o faço quase que diariamente), quero escrever esse texto. A vontade aumentou depois de rever o documentário "Existindo", que conta a história da banda. Faltou-me, porém, o tempo para pôr na tela o que ocupa a cabeça.

Drummond diria:

"Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira."

Prometo para breve os escritos sobre o Queluz, mas antes quero rever (mais uma vez) o documentário e pinçar de lá algumas frases dos antigos integrantes. Por ora, continuo ouvindo minha dose diária do grupo e deixando a poesia das letras & acordes inundar minha vida inteira...

Sem vez

Depois falam que nós, mineiros, reclamamos demais ao dizer que a imprensa - e a mídia em geral - do eixo Rio-São Paulo sempre subestima o nosso estado. Mas vejamos: em sua reportagem de capa, a "Veja" do dia 24.6.09 montou um quadro com "brasileiros comuns" opinando sobre a corrupção e a impunidade no país.
Foram ouvidos 100 cidadãos em dez estados. Nas páginas da revista, porém, em meio a dezenas de paulistas e fluminenses, consegui contar apenas um mineiro - o médico Mauro Teixeira, 42.
Fora isso, muito boa a reportagem da "Veja". Vale a pena ler - e se indignar.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Recebi meu diploma. E agora?

Não, eu não recebi nenhum diploma. Esse é apenas o título de uma reportagem que produzimos para "O Outro", site experimental dos alunos de comunicação da PUC Minas.

Só não me perguntem por que resolveram publicar a nossa matéria na editoria de política...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pequeno engano

Hoje conversei com uma pessoa que usava o adjetivo "fantasiado" para caracterizar algo que ela considera fantástico. Aí saíram frases como estas:

- Nossa, eu fiquei fantasiada. (Querendo dizer: eu achei fantástico.)

- Aí nós vimos aquilo tudo e ficamos fantasiados. (Entenda-se: nós achamos aquilo fantástico.)

Tive que segurar o riso. Mas ainda quero acreditar que a pessoa cometeu esse pequeno deslize linguístico (ai, que saudade do trema) por causa do nervosismo que a situação em que estávamos poderia, porventura, causar-lhe.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A diferença que um fotojornalista faz

Discordo de quem afirma que, no jornalismo impresso ou digital, a imagem "ilustra" o texto. Muito pelo contrário. A foto ou ilustração deve informar tanto quanto ou mais que as palavras. Eis aqui um bom exemplo de imagem que fala por si e é capaz de, autonomamente, informar.


O crédito da foto é do jornalista Carlos Pacelli, do jornal eletrônico "Estadoatual", de Conselheiro Lafaiete.
Para ler a reportagem completa, clique aqui.

Dublê de ex-futura celebridade

O cúmulo da falta do que falar... Pérola da página inicial do "G1".

Coincidência?

Agora há pouco, na edição de hoje (8.5.09) do "Jornal da Globo", reportagem sobre o trabalho de Deborah Colker no Cirque du Soleil. Coincidência ou não, o intervalo comercial que antecedeu a exibição da matéria trouxe um anúncio do espetáculo "Quidam", que o circo traz para o Brasil no fim deste mês, com patrocínio do Bradesco. Isso é o que eu chamo de publicidade "completa"!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Notícias são sempre boas - Darlan Santos


“No news, good news”. O ditado inglês – algo como “o não haver notícias é boa notícia” – reflete o pensamento daqueles que se sentem incomodados pela atuação ampla e irrestrita da imprensa. Afinal, a falta de informações é mesmo sinal de tranquilidade? Provavelmente, não...

Em “tempos de chumbo”, quando o Brasil estava em pleno regime militar, em várias ocasiões publicavam-se até receitas de bolo na capa dos jornais. Enquanto isso, nos bastidores, a censura e o cerceamento da liberdade causavam estragos e deixavam feridas difíceis de cicatrizar. O Jornalismo era, verdadeiramente, uma profissão de risco. Muitos pagaram com a própria vida, ao ousarem realizar seu trabalho, mantendo a população informada. Para diversos governantes, quanto menos a imprensa “se metesse” em questões sociais, melhor. O mais grave é que, ainda hoje, muitos políticos pensam dessa forma.


Ao exercerem seu ofício, jornalistas acabam contrariando interesses, e não apenas dos mandatários do país. Até mesmo parte da opinião pública recrimina a imprensa, pelo excesso de notícias envolvendo corrupção, crimes, violência e problemas urbanos. Como se, ao trazer à tona essas questões, o repórter tivesse responsabilidade por elas.


Mas, e quando não havia comunicação de massa, ou, nos dias de hoje, quando há locais ou situações em que a informação não pode ser propagada? Será que, nesses casos, doenças milagrosamente são erradicadas; bandidos se regeneram; corruptos transformam-se em pessoas honestas? Evidentemente, não...


A falta de informações negativas não é garantia de uma sociedade melhor – embora muita gente prefira adotar a atitude dos “três macacos” (Kikazaru, o que tapa os ouvidos; Mizaru, o que cobre os olhos, e Iwazaru, o que tapa a boca), pela comodidade que essa conduta pode trazer. A imprensa incomoda – é fato. Mas o incômodo não é de todo mau. É a partir dele que saímos da inércia. A sociedade se mobiliza, às vezes tomada pelo sentimento de indignação, e o “efeito dominó” recai sobre autoridades, empresários e “donos do poder”. Ainda que persista a sensação de impunidade, desamparo e insegurança, principalmente entre os mais pobres, poderia ser pior, sem a presença do jornalismo, que funciona como um farol a iluminar questões obscuras.


Sendo assim, melhor seria mudar um pouco a célebre frase para “No news, bad news”. Afinal, a humanidade só evolui tomando como base o seu passado, com todos os seus erros e acertos. Preferir a ignorância à informação, com certeza, não resolverá problema algum.


Darlan Santos

Jornalista e doutorando em Literatura Comparada pela UFMG
Contato: fenixdr@gmail.com

  • Artigo publicado originalmente no jornal Correio da Cidade, de Conselheiro Lafaiete (MG) - Edição de 18.4.09 a 24.4.09
  • Reproduzido no jornal O Tempo, de Belo Horizonte (MG) - Edição de 12.5.09

terça-feira, 21 de abril de 2009

Globo ainda não "apagou" Fabiana Scaranzi

Em matéria sobre os 35 anos do "Jornal Hoje", comemorados em 21 de abril, a Globo inclui um vídeo de um chat com a equipe do telejornal, em que aparece Fabiana Scaranzi. A jornalista deixou a emissora em maio do ano passado e desde junho é uma das apresentadoras do "Domingo Espetacular", o "Fantástico" da Record.

A propósito: durou pouco mais de três anos e oito meses a carreira de Ana Paula Padrão no SBT. Vai ao ar no próximo dia 27 a última edição do "SBT Realidade", apresentado pela jornalista na emissora de Silvio Santos. O canal queria que ela voltasse a fazer telejornal diário, mas ela recusou a proposta.

Ana Paula pensa em se dedicar apenas à sua agência de conteúdo, a Touareg. Ela estreou no SBT em agosto de 2005, à frente do "SBT Brasil". Depois de sucessivas trocas de horário, saiu do telejornal em dezembro de 2006 e logo em seguida foi substituída por Carlos Nascimento.

Agora é oficial


Agora há pouco, na cerimônia do Dia de Tiradentes, em Ouro Preto, o cerimonial do governo de Minas oficializou a candidatura de Aécio Neves em 2010, ao revelar que esta será a última vez em que ele lidera o protocolo do evento. Isso quer dizer que, se não conseguir ser candidato a presidente, Aécio vai tentar, pelo menos, uma vaga no Senado.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Até tu, Brutus?

Nem a "Folha" está escapando do meu olhar atento (hahahahaha) às mazelas da imprensa (da qual também faço parte).


"Adriane Galisteu decidiu enfrentar de frente"? Eu estranharia se ela quisesse enFRENTar de lado ou de costas.

Provavelmente, em breve vão corrigir. Mas já está há mais de uma hora no ar.

P.S.: Não falei que iam mudar? Já colocaram "encarar o escândalo"

domingo, 12 de abril de 2009

Saudades eternas

Peço licença para falar de um tema difícil, mas do qual nenhum de nós escapa. Há alguns anos eu não me confrontava com a morte de uma pessoa querida. E hoje vi como é duro encarar a perda de alguém, principalmente quando isso é inesperado.

O pior de tudo é não ter tempo para se despedir. Um dos caras mais bacanas que conheci nos anos em que estive no jornal Correio da Cidade, em Conselheiro Lafaiete, foi, com certeza, ele. E agora, diante da triste expectativa de que nunca mais vou vê-lo, só me restam as lembranças mais alegres e festivas, de alguém que soube me cativar e se tornou um grande amigo – mesmo que ele não tenha chegado a saber disso.

Alguém com quem eu realmente me identificava e que, sobretudo, provava, a cada dia, ser uma pessoa boa de coração, sempre em busca do melhor para si e para quem estava à sua volta. Um companheiro, um camarada, no sentido mais nobre dessas palavras.

Tive a sorte de manter o contato com ele mesmo depois de minha saída do jornal – e também depois que ele deixou a redação, para se dedicar ao seu curso na CSN e à faculdade. A última vez em que o vi foi na confraternização de fim de ano da equipe do jornal. E lá estava ele, o mesmo Maico de sempre: fazendo todos sorrirem, liderando todas as brincadeiras e gozações.

Já ao fim da festa, depois de uns goles, ele me puxou para um canto e, com a mão no meu ombro, começou a filosofar. Mas não era conversa de bêbado; ele estava lúcido do que falava. Disse que a grande sacada da vida era sempre estar em busca do melhor, tanto nos planos profissionais, quanto pessoais. Ele estava feliz demais com seu emprego e a aprovação no vestibular (motivo pelo qual teve a cabeça raspada na oportunidade, com sua total aprovação e incentivo).

Então prefiro guardar essa lembrança boa; aliás, não só essa, mas as de tantas outras passagens em que estive ao seu lado e que sempre foram marcadas pela sua alegria e irreverência (quem participou das “festinhas surpresas” lá do jornal sabe muito bem disso). Essas foram as marcas de alguém que estava sempre pronto para ajudar. Serei eternamente grato pelas vezes em que estendeu a mão (a revista diagramada às pressas, a página semanal do colégio...) ao Betão – o apelido pelo qual me chamava.

É nessas horas que a gente vê como a vida pode ser dura.

P.S.: Guardo também este comentário, com seu habitual bom humor.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Praticamente a mesma coisa

Durante a apuração de uma notinha para o roteiro de gastronomia do jornal, a funcionária da chocolateria me solta esta:

- Os pães de mel são o nosso carro-forte.

A moça, com certeza, quis dizer "carro-chefe".

sábado, 4 de abril de 2009

Da série "manchetes idiotas"

E eu aqui pensando que a Semana Santa seria de muita folia e samba no pé, ou quem sabe de troca de presentes e reverências ao Bom Velhinho...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ininteligível


Estou eu no guichê da rodoviária de Belo Horizonte, em uma sexta-feira à noite, comprando passagem para Lafaiete, quando se aproxima um homem, perguntando incisivamente à funcionária:

- Aqui paga para sair? Aqui paga para sair?

Meu olhar se cruza com o da moça do guichê, como que a dizer: "Não estou entendendo nada. E você?".

Vendo a "inércia" da funcionária, o homem resolve reformular a pergunta.

- Aqui 'paga' a saída do estacionamento?

Aí sim a questão se torna um pouco mais inteligível e ela responde que não. Ele deveria procurar o balcão específico, perto da entrada da rodoviária.

domingo, 29 de março de 2009

Entorpecimento medicinal

O pessoal do excelente "Excomungados" já deu conta do assunto, mas venho completar a história. Eis que, passando ao lado da rodoviária de Lafaiete no fim da manhã do dia 28 de março, um sábado, vejo aquela "rodinha" de populares, formada, em grande parte, por funcionários uniformizados da Localix - empresa que cuida da limpeza pública na cidade. É claro que me aproximei para ver o que era.

À primeira vista, o que mais me chamou a atenção foi o microfone do homem que se localizava no centro daquele círculo. Uma engenhoca, feita com um cano de PVC flexível, e enrolada em volta do pescoço, segurava o aparelho na altura da boca do sujeito. Qualquer semelhança com o microfone do patrão não é mera semelhança! Uma aparelhagem de som muito portátil e precária dava conta de ecoar a voz do locutor pelas redondezas.


Pelo que entendi, o dito-cujo começa a fazer uma mágica no meio da rua e usa o número artístico para prender o povo em volta dele, enquanto tenta vender um produto dos mais estranhos. Logo que me aproximei, ele estava demonstrando um tal "coco da índia" - que, aparentemente, não tem nada de diferente.

Mas o milagroso mesmo era o alardeado "óleo do coco da índia", capaz de curar todos (eu disse todos) os males, segundo o vendedor: desde dores de ouvido e pelo corpo, até hemorróidas, pneumonias e tumores. E, enquanto falava sobre as benesses do produto, ele mantinha em suspense a mágica (parece-me que havia feito o relógio de um dos presentes "desaparecer").

Logo após, o que mais me surpreendeu foi a sessão demonstração, quando o sujeito pingou uma gota do tal "óleo do coco da índia" no dedo daqueles que estavam mais à frente e lhes recomendou que passassem o produto no rosto ("para acabar de vez com cravos e espinhas") ou em qualquer lugar do corpo, sobretudo onde houvesse dor, que a cura seria imediata. E, para meu espanto, não é que todos lambuzaram o corpo com o líquido?

Imagina se é um ácido ou produto químico semelhante? Mas isso não preocupou aquela maioria de gente humilde que ali parara para ouvir as palavras do vendedor. Eu, à distância, observava tudo e pensava: "Como é fácil enganar gente simples...". Alguns testemunhavam na hora que haviam passado o óleo sobre alguma parte do corpo "doente" e tinham melhorado instantaneamente.

O "show" continuou com a apresentação de um bicho que "tinha pelos na boca" e outras anomalias surpreendentes. De repente, o homem entreabre uma bolsa e começa a exibir o tal "animal", alertando que ele estava adormecido e, por isso, não representava risco. O tal bicho, no entanto, não passava de um brinquedo de plástico, muito malfeito, parecendo-se com um sapo. E toda a gente em volta do charlatão assistia a tudo imóvel e estupefata!

Entre uma e outra atração, o homem de sotaque indefinido começou a vender os vidrinhos de "óleo do coco da índia". Um rapaz - aparentando estar nitidamente combinado com o vendedor - compra duas embalagens e, no seu encalço, mais uma dezena dos populares adquire o milagroso produto. Enquanto isso, dá-lhe enrolação com a mágica do relógio desaparecido e, para completar o cenário bizarro, uma "mão" que se mexia no chão (aparentemente uma luva com algum aparelho mecânico dentro).

O preço do "óleo" começou em R$ 10 e logo estava em R$ 3. Percebendo que a venda não era boa, o homem começou a anunciar: "Está acabando. Só tenho mais esses. Vamos comprar, pessoal". E, sem parar, as pessoas continuavam comprando um, dois, três de uma só vez. O que era inegável era a boa oratória do vendedor, sua capacidade de argumentação e de prender aquelas pessoas ali por tanto tempo.

Fiquei por perto até ver o fim da mágica. O relógio, de fato, reapareceu e, pelo jeito, o número foi convincente. Mas, quando um suposto irmão do vendedor ia entrar em cena para fazer a tal "mão" andar, resolvi conferir o meu relógio e vi que já era minha hora. Parti, deixando para trás aquelas dezenas de pessoas se entorpecendo com o golpe de mais um aproveitador barato que ganha a vida enganando gente simples país afora.

Sobre jornalismo

Trechos da minha entrevista com a secretária de Redação do jornal O Tempo, Michele Borges da Costa. Enquanto a matéria não sai no blog "O Outro", adianto algumas frases da conversa sobre jornalistas recém-formados e a situação do mercado de jornalismo.

"O jornalismo hoje, principalmente o impresso, está
marcado por uma grande interrogação: tem que voltar a ser relevante, ser essencial na vida das pessoas e fazer a diferença na rotina delas, diante de um mundo que mudou, já que as pessoas reinventaram as maneiras de se informar."

"O mercado não está tão ruim assim – aliás, nem sei quando foi bom. O que falta, talvez, seja uma criatividade em descobrir outras formas e meios de exercer a profissão."

"O estágio é muito mais uma ansiedade do estudante do que uma cobrança do mercado. Eu prefiro um estudante que passou o curso inteiro indo ao cinema uma vez por semana, do que aquele que fez um estágio em uma assessoria de imprensa ou até mesmo em uma Redação, mas não conseguiu tirar dali aprendizados mais proveitosos do que só os técnicos."

"Muitas vezes, encontramos estudantes que querem trabalhar em impresso, mas nem folheiam um jornal. Isso me assusta. A pessoa escolhe jornalismo, sendo que nem ela consome jornalismo. Não consigo ver sentido nisso."

P.S.: Obrigado pela atenção, Michele!

Sempre de olho

quarta-feira, 25 de março de 2009

"Vergonha alheia"


Excelente reflexão sobre a tal da "vergonha alheia":

http://blog.estadao.com.br/blog/palavra/?title=eu_tenho_vergonha_dos_outros&more=1&c=1&tb=1&pb=1

Quanto a Mallu, faço das de Felipe as minhas palavras e acrescento uma frase publicada por Miguel Arcanjo Prado em seu blog, também sobre a artista precoce: "Como o Marcelo Camelo aguenta isso aos 31 anos?".

segunda-feira, 23 de março de 2009

Conversa de enlouquecer nutricionista


Diálogo entre duas donas de casa pelas ruas de Belo Horizonte:


- Menina, lá em casa, em vez de fazer janta, eu passei a fazer cachorro quente.


Coisa inimaginável há uns quarenta anos, quando as únicas obrigações da mulher eram cuidar da casa e dos filhos e, aí sim, havia tempo para preparar almoço e jantar e ainda reunir toda a família em torno da mesa.


P.S.: Já falei aqui neste blog sobre a minha "mania" (prefiro chamar assim) de ouvir conversas alheias. Mas eu vou fazer o quê? Tapar os ouvidos e ficar indiferente ao que acontece à minha volta? De jeito nenhum! Jornalista tem que estar alerta, ligado a tudo.

Ah, e se você vai dar entrevista a um de nós, fique esperto. Conversa em "off" nem sempre será garantia de sigilo. Se não quer que publique, então não fale tudo que vem à mente, pois o bom profissional não vai se omitir diante de uma informação valiosa que porventura receba.

Qual a sua graça?

Quando o assunto é nome próprio, não tenho muito o direito de me manifestar, pois o meu é bem exótico (ou melhor, nem tão raro assim: uma busca rápida no Orkut revela pelo menos seis homônimos de Joelmir Tavares). Uma amiga - também de nome "diferente", como as pessoas gostam de dizer - brinca que temos a vantagem de ser "exclusivos". Raramente você vai encontrar alguém para dividir a "alcunha". Ou então é assim: "Você conhece fulano de tal?". A pessoa, definitamente, ou conhece ou não conhece, porque fulano de tal é único. Ah, o nome da minha amiga é Egle (filha de Eliane e Geraldo).

Eu ouço a minha vida inteira a comparação com Joelmir Beting. Já é de lei:

- Qual seu nome?
- Joelmir.
- Mas não é o Beting não, né?!
- Não... (acrescido de uma risada sem graça).


Bem, mas outro dia, correndo os olhos na lista de aprovados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), encontrei uma Thattyanne Ckysttyann A. Souza. Também já ouvi falar de uma garotinha chamada Lecthycia. Quando vejo nomes assim, penso logo em uma mãe perua, bem perua mesmo, que acha "chique" ir metendo "h", "y", "k" e consoante dupla onde for possível. Imagina a dificuldade dessas crianças na fase de alfabetização. A pobre criatura deve achar mais fácil inventar um apelido para si própria, para ver se facilita a coisa. Eu sempre imagino a dificuldade da pessoa ao ter que soletrar o nome pelo telefone: "T-H-A-T-T-Y-A-N-N-E". Já pensou?


As coisas poderiam ser mais fáceis, se os pais tivessem o mínimo de noção.


Há algumas semanas, li no obituário do Correio da Cidade (sim, eu leio até o obituário!) o nome de um senhor que morreu (é óbvio, se estava no obituário...) e tinha o apelido de "Pecado". Pensei mil hipóteses que pudessem ter gerado esse cognome. Será que ele era muito bonito e representava a perdição para as mulheres? Será que nasceu de uma relação escusa e a mãe, quando o pariu, logo mandou: "Esta criança é fruto do meu pecado!"? Sei lá. E já imaginou os milhares de trocadilhos possíveis com esse apelido. As pessoas ligavam e perguntavam: "O Pecado está aí?". Ou senão: "Fulana de tal é casada com o Pecado"...

Será?


Será que as pessoas pensam que o Outro é bobo? Devem pensar sim. A inveja é perceptível nos olhos de alguns. E esses alguns não fazem questão de escondê-la. Às vezes, acontece (e a ficção já mostrou isso incansavelmente) de o invejoso querer imitar o invejado. O Outro percebe isso e se surpreende com a capacidade do ser humano de querer ter tudo que o Outro tem, de querer ocupar seu espaço, de querer se parecer com ele.


Já diz a sábia Patrícia Andrade (quem a conhece a fundo sabe que não exagero ao chamá-la de sábia): tudo na vida é merecimento. O Outro tem plena consciência de que nada vem de graça. E de que tudo que conquistou foi conseguido com muito trabalho, com dedicação que vem de anos, com esforço e sacrifício. Mas há aqueles que não entendem e que preferem imitar, pensando que tudo será fácil e que a glória é instantânea. É bem verdade que o sol nasce para todos. Mas só aqueles que têm a energia necessária para agir e lutar podem gozar a verdadeira realização nesta vida.


Será que as pessoas pensam que o Outro é bobo? Devem pensar sim. A bajulação é uma das reações mais fúteis da alma humana. Não adianta: o Outro percebe quando a admiração e a amizade são sinceras. O Outro identifica imediatamente o que é bajulação.
Repito: nada na vida vem de graça. Tudo é merecimento. Mas por que o poder e o status deslumbram tanto as pessoas, a ponto de fazê-las mentir - sim, pois bajular é mentir - para estar ao lado e gozar das benesses de quem se encontra hoje em posição superior? Nada explica. Aliás, nada justifica o ser humano se camuflar atrás da máscara do interesse e se render em "puxa-saquismo" ao Outro ou a quem quer que seja.
As pessoas pensam que o Outro é bobo. Mas isso, definitivamente, ele não é.

Nos bastidores da imprensa mineira


Ao que tudo indica, um acontecimento está para mudar radicalmente as estruturas da mídia impressa mineira.

Em porcentagem: a "bomba" tem 90% de chance de explodir em breve.

Por enquanto, é só o que posso dizer. O tempo vai se encarregar do resto.

O "mineirês" nosso de cada dia

Não sou formado na mesma escola de prosódia por onde passaram Leonardo Quintão e Roberta Zampetti, mas prezo as minhas origens e não faço nada para combater meu "mineirês" - pelo contrário, tento, na medida do possível, cultivá-lo.

Dia desses, nos meus contatos quase que diários com assessores de imprensa do Rio e de São Paulo, deparei com uma paulista de sotaque carregadíssimo. E travamos o seguinte diálogo:
- Fulana, ainda não recebi a foto que lhe pedi.
- Puxa, Joelmir, mas eu enviei há meia hora.
- Uuuaaaaiiii?! (Dou aquela pausa e penso: essa paulista deve estar dizendo para si mesma "Que caipira!"). Será por que não chegou ainda?
- Ah, é porque a imagem está com a resolução máxima. Mas já deve estar chegando aí.

Outro dia, precisei ir a um cartório (ou seria melhor "templo da burocracia"?) e também me pus a pensar sobre a linguagem oral. Esta eu acho que não é exclusividade dos mineiros, mas também pertence a brasileiros de outras partes do país. Ao receber uma pergunta do funcionário, respondi afirmativamente com um sonoro "Anhan". Imagina o choque que um estrangeiro aprendendo português teria ao ouvir um vocábulo desse? Ficaria, coitado, sem entender se aquilo significava negação, confirmação, xingamento ou sabe-se lá o quê.

Pós-Aécio

Em contatos íntimos, pessoas próximas a Antônio Augusto Junho Anastasia, o vice-governador de Minas, já o chamam - com toda a convicção - de governador. Não é novidade para ninguém que Aécio Neves, depois de, mancomunado com Fernando Pimentel, ter feito o "poste" Marcio Lacerda prefeito de Belo Horizonte, quer tornar Anastasia seu sucessor no Palácio da Liberdade. E dizem que o vice responde todo serelepe e sorridente quando, nessas conversas informais, é chamado de governador das Gerais.

O "herói" de volta

Ainda não consegui descobrir se o interesse que a TV Globo tem em "endeusar" Ronaldo Fenômeno (?) é só mesmo em busca de audiência (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u535891.shtml).

Presença em todos os telejornais da emissora, sempre precedido de adjetivos generosos; convidado especial no "Domingão do Faustão" - com entrevista ao vivo -, no "Altas Horas", "Caldeirão do Huck"; entrevista ao vivo no "Jornal Nacional"... Isso sem falar nas participações nos programas da Sportv.


A impressão que se tem é a de que a Globo deve levar alguma vantagem sobre as campanhas publicitárias do jogador, os contratos milionários que detém, ou alguma coisa assim. Só pode ser. Ou, do contrário, por que essa campanha para criar a imagem de um "ídolo nacional", "semideus do futebol"?

Dez minutos falando sobre...

Cabelos! Não tive a preocupação de marcar no relógio, mas acredito que tenham sido uns dez minutos mesmo. Ininterruptos.
O assunto da roda de mulheres: corte de cabelos. Tudo porque uma delas mudou o corte. É incrível como elas têm essa capacidade.
Falaram do corte e da cor que cairiam melhor para uma; lembraram o visual daquela atriz; a outra falou que o seus fios são secos e odeiam chapinha; uma outra disse que os seus estão estressados...

Hoje é um novo dia

Não sei se 23 de março é um dia auspicioso para iniciar projetos. Mas para mim TEM de ser. Primeiro, quero manter as atualizações deste espaço em dia. Afinal, o primeiro fator para que algo da internete - blog ou site - seja lido com regularidade é sua atualização constante. E outra: algumas pessoas têm cobrado novos posts. Se isso acontece, ora, é porque há alguém interessado em ler estas 'maltraçadas linhas' (concordo, isso foi piegas)!

Ah, mas me dê um desconto: a "desculpa" que eu tinha era a ausência de acesso à web naquelas horas em que surge a ideia "Isso daria um post!" (e olha que foram tantas desde que criei este espaço). Mas agora, e só agora, conquistei minha internete doméstica. E foi custoso, viu? Primeiro, calhar de ser um plano e uma estrutura que me atende$$em. Depois que isso aconteceu, o danado do sinal não chegava ao computador de jeito nenhum. Mas é claro: se uma coisa tem todas as chances de dar certo, pode saber que comigo ela dará errado. Nem sempre é assim, mas às vezes atraio uma zica danada. Nesse caso, nada que uma formatação do computador resolvesse. E eis que, no fim, deu tudo certo.

Outra "promessa" que marca este "novo dia de um novo tempo" é que pretendo cumprir, a partir de hoje, TODOS os deadlines (prazos de entrega) nas redações às quais estou ligado. Confesso que tem sido difícil cumprir todas as tarefas que assumi nos últimos tempos. Aliás, como me falta "o tempo" (com trocadilho). Depois que se entra nessa roda do jornalismo diário, é que se tem a noção exata do valor de minutos e segundos, e, consequentemente, percebe-se a volatilidade desse bem tão desejado e procurado por todos nós, que funcionamos como engrenagens do sistema capitalista.
Mas deixemos as filosofias para outros e para momentos mais oportunos...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Nando Reis é laranja

Frase ouvida hoje nos corredores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais:

"Eu gosto do Nando Reis. Ele é laranja. Ele é todo laranja. Parece que ele é enferrujado."

Acho que a autora da frase tem razão...

Senão, vejamos a foto.

terça-feira, 3 de março de 2009

Depois do castelo, a mansão




Alguns já dizem que em breve a Fifa poderá fazer uma vistoria no campo de futebol da mansão, para verificar se ele pode receber algum jogo da Copa...