segunda-feira, 23 de março de 2009

O "mineirês" nosso de cada dia

Não sou formado na mesma escola de prosódia por onde passaram Leonardo Quintão e Roberta Zampetti, mas prezo as minhas origens e não faço nada para combater meu "mineirês" - pelo contrário, tento, na medida do possível, cultivá-lo.

Dia desses, nos meus contatos quase que diários com assessores de imprensa do Rio e de São Paulo, deparei com uma paulista de sotaque carregadíssimo. E travamos o seguinte diálogo:
- Fulana, ainda não recebi a foto que lhe pedi.
- Puxa, Joelmir, mas eu enviei há meia hora.
- Uuuaaaaiiii?! (Dou aquela pausa e penso: essa paulista deve estar dizendo para si mesma "Que caipira!"). Será por que não chegou ainda?
- Ah, é porque a imagem está com a resolução máxima. Mas já deve estar chegando aí.

Outro dia, precisei ir a um cartório (ou seria melhor "templo da burocracia"?) e também me pus a pensar sobre a linguagem oral. Esta eu acho que não é exclusividade dos mineiros, mas também pertence a brasileiros de outras partes do país. Ao receber uma pergunta do funcionário, respondi afirmativamente com um sonoro "Anhan". Imagina o choque que um estrangeiro aprendendo português teria ao ouvir um vocábulo desse? Ficaria, coitado, sem entender se aquilo significava negação, confirmação, xingamento ou sabe-se lá o quê.

Um comentário:

Anônimo disse...

Chique de duÊ, uai!!

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