segunda-feira, 27 de abril de 2009

Notícias são sempre boas - Darlan Santos


“No news, good news”. O ditado inglês – algo como “o não haver notícias é boa notícia” – reflete o pensamento daqueles que se sentem incomodados pela atuação ampla e irrestrita da imprensa. Afinal, a falta de informações é mesmo sinal de tranquilidade? Provavelmente, não...

Em “tempos de chumbo”, quando o Brasil estava em pleno regime militar, em várias ocasiões publicavam-se até receitas de bolo na capa dos jornais. Enquanto isso, nos bastidores, a censura e o cerceamento da liberdade causavam estragos e deixavam feridas difíceis de cicatrizar. O Jornalismo era, verdadeiramente, uma profissão de risco. Muitos pagaram com a própria vida, ao ousarem realizar seu trabalho, mantendo a população informada. Para diversos governantes, quanto menos a imprensa “se metesse” em questões sociais, melhor. O mais grave é que, ainda hoje, muitos políticos pensam dessa forma.


Ao exercerem seu ofício, jornalistas acabam contrariando interesses, e não apenas dos mandatários do país. Até mesmo parte da opinião pública recrimina a imprensa, pelo excesso de notícias envolvendo corrupção, crimes, violência e problemas urbanos. Como se, ao trazer à tona essas questões, o repórter tivesse responsabilidade por elas.


Mas, e quando não havia comunicação de massa, ou, nos dias de hoje, quando há locais ou situações em que a informação não pode ser propagada? Será que, nesses casos, doenças milagrosamente são erradicadas; bandidos se regeneram; corruptos transformam-se em pessoas honestas? Evidentemente, não...


A falta de informações negativas não é garantia de uma sociedade melhor – embora muita gente prefira adotar a atitude dos “três macacos” (Kikazaru, o que tapa os ouvidos; Mizaru, o que cobre os olhos, e Iwazaru, o que tapa a boca), pela comodidade que essa conduta pode trazer. A imprensa incomoda – é fato. Mas o incômodo não é de todo mau. É a partir dele que saímos da inércia. A sociedade se mobiliza, às vezes tomada pelo sentimento de indignação, e o “efeito dominó” recai sobre autoridades, empresários e “donos do poder”. Ainda que persista a sensação de impunidade, desamparo e insegurança, principalmente entre os mais pobres, poderia ser pior, sem a presença do jornalismo, que funciona como um farol a iluminar questões obscuras.


Sendo assim, melhor seria mudar um pouco a célebre frase para “No news, bad news”. Afinal, a humanidade só evolui tomando como base o seu passado, com todos os seus erros e acertos. Preferir a ignorância à informação, com certeza, não resolverá problema algum.


Darlan Santos

Jornalista e doutorando em Literatura Comparada pela UFMG
Contato: fenixdr@gmail.com

  • Artigo publicado originalmente no jornal Correio da Cidade, de Conselheiro Lafaiete (MG) - Edição de 18.4.09 a 24.4.09
  • Reproduzido no jornal O Tempo, de Belo Horizonte (MG) - Edição de 12.5.09

terça-feira, 21 de abril de 2009

Globo ainda não "apagou" Fabiana Scaranzi

Em matéria sobre os 35 anos do "Jornal Hoje", comemorados em 21 de abril, a Globo inclui um vídeo de um chat com a equipe do telejornal, em que aparece Fabiana Scaranzi. A jornalista deixou a emissora em maio do ano passado e desde junho é uma das apresentadoras do "Domingo Espetacular", o "Fantástico" da Record.

A propósito: durou pouco mais de três anos e oito meses a carreira de Ana Paula Padrão no SBT. Vai ao ar no próximo dia 27 a última edição do "SBT Realidade", apresentado pela jornalista na emissora de Silvio Santos. O canal queria que ela voltasse a fazer telejornal diário, mas ela recusou a proposta.

Ana Paula pensa em se dedicar apenas à sua agência de conteúdo, a Touareg. Ela estreou no SBT em agosto de 2005, à frente do "SBT Brasil". Depois de sucessivas trocas de horário, saiu do telejornal em dezembro de 2006 e logo em seguida foi substituída por Carlos Nascimento.

Agora é oficial


Agora há pouco, na cerimônia do Dia de Tiradentes, em Ouro Preto, o cerimonial do governo de Minas oficializou a candidatura de Aécio Neves em 2010, ao revelar que esta será a última vez em que ele lidera o protocolo do evento. Isso quer dizer que, se não conseguir ser candidato a presidente, Aécio vai tentar, pelo menos, uma vaga no Senado.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Até tu, Brutus?

Nem a "Folha" está escapando do meu olhar atento (hahahahaha) às mazelas da imprensa (da qual também faço parte).


"Adriane Galisteu decidiu enfrentar de frente"? Eu estranharia se ela quisesse enFRENTar de lado ou de costas.

Provavelmente, em breve vão corrigir. Mas já está há mais de uma hora no ar.

P.S.: Não falei que iam mudar? Já colocaram "encarar o escândalo"

domingo, 12 de abril de 2009

Saudades eternas

Peço licença para falar de um tema difícil, mas do qual nenhum de nós escapa. Há alguns anos eu não me confrontava com a morte de uma pessoa querida. E hoje vi como é duro encarar a perda de alguém, principalmente quando isso é inesperado.

O pior de tudo é não ter tempo para se despedir. Um dos caras mais bacanas que conheci nos anos em que estive no jornal Correio da Cidade, em Conselheiro Lafaiete, foi, com certeza, ele. E agora, diante da triste expectativa de que nunca mais vou vê-lo, só me restam as lembranças mais alegres e festivas, de alguém que soube me cativar e se tornou um grande amigo – mesmo que ele não tenha chegado a saber disso.

Alguém com quem eu realmente me identificava e que, sobretudo, provava, a cada dia, ser uma pessoa boa de coração, sempre em busca do melhor para si e para quem estava à sua volta. Um companheiro, um camarada, no sentido mais nobre dessas palavras.

Tive a sorte de manter o contato com ele mesmo depois de minha saída do jornal – e também depois que ele deixou a redação, para se dedicar ao seu curso na CSN e à faculdade. A última vez em que o vi foi na confraternização de fim de ano da equipe do jornal. E lá estava ele, o mesmo Maico de sempre: fazendo todos sorrirem, liderando todas as brincadeiras e gozações.

Já ao fim da festa, depois de uns goles, ele me puxou para um canto e, com a mão no meu ombro, começou a filosofar. Mas não era conversa de bêbado; ele estava lúcido do que falava. Disse que a grande sacada da vida era sempre estar em busca do melhor, tanto nos planos profissionais, quanto pessoais. Ele estava feliz demais com seu emprego e a aprovação no vestibular (motivo pelo qual teve a cabeça raspada na oportunidade, com sua total aprovação e incentivo).

Então prefiro guardar essa lembrança boa; aliás, não só essa, mas as de tantas outras passagens em que estive ao seu lado e que sempre foram marcadas pela sua alegria e irreverência (quem participou das “festinhas surpresas” lá do jornal sabe muito bem disso). Essas foram as marcas de alguém que estava sempre pronto para ajudar. Serei eternamente grato pelas vezes em que estendeu a mão (a revista diagramada às pressas, a página semanal do colégio...) ao Betão – o apelido pelo qual me chamava.

É nessas horas que a gente vê como a vida pode ser dura.

P.S.: Guardo também este comentário, com seu habitual bom humor.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Praticamente a mesma coisa

Durante a apuração de uma notinha para o roteiro de gastronomia do jornal, a funcionária da chocolateria me solta esta:

- Os pães de mel são o nosso carro-forte.

A moça, com certeza, quis dizer "carro-chefe".

sábado, 4 de abril de 2009

Da série "manchetes idiotas"

E eu aqui pensando que a Semana Santa seria de muita folia e samba no pé, ou quem sabe de troca de presentes e reverências ao Bom Velhinho...