domingo, 12 de abril de 2009

Saudades eternas

Peço licença para falar de um tema difícil, mas do qual nenhum de nós escapa. Há alguns anos eu não me confrontava com a morte de uma pessoa querida. E hoje vi como é duro encarar a perda de alguém, principalmente quando isso é inesperado.

O pior de tudo é não ter tempo para se despedir. Um dos caras mais bacanas que conheci nos anos em que estive no jornal Correio da Cidade, em Conselheiro Lafaiete, foi, com certeza, ele. E agora, diante da triste expectativa de que nunca mais vou vê-lo, só me restam as lembranças mais alegres e festivas, de alguém que soube me cativar e se tornou um grande amigo – mesmo que ele não tenha chegado a saber disso.

Alguém com quem eu realmente me identificava e que, sobretudo, provava, a cada dia, ser uma pessoa boa de coração, sempre em busca do melhor para si e para quem estava à sua volta. Um companheiro, um camarada, no sentido mais nobre dessas palavras.

Tive a sorte de manter o contato com ele mesmo depois de minha saída do jornal – e também depois que ele deixou a redação, para se dedicar ao seu curso na CSN e à faculdade. A última vez em que o vi foi na confraternização de fim de ano da equipe do jornal. E lá estava ele, o mesmo Maico de sempre: fazendo todos sorrirem, liderando todas as brincadeiras e gozações.

Já ao fim da festa, depois de uns goles, ele me puxou para um canto e, com a mão no meu ombro, começou a filosofar. Mas não era conversa de bêbado; ele estava lúcido do que falava. Disse que a grande sacada da vida era sempre estar em busca do melhor, tanto nos planos profissionais, quanto pessoais. Ele estava feliz demais com seu emprego e a aprovação no vestibular (motivo pelo qual teve a cabeça raspada na oportunidade, com sua total aprovação e incentivo).

Então prefiro guardar essa lembrança boa; aliás, não só essa, mas as de tantas outras passagens em que estive ao seu lado e que sempre foram marcadas pela sua alegria e irreverência (quem participou das “festinhas surpresas” lá do jornal sabe muito bem disso). Essas foram as marcas de alguém que estava sempre pronto para ajudar. Serei eternamente grato pelas vezes em que estendeu a mão (a revista diagramada às pressas, a página semanal do colégio...) ao Betão – o apelido pelo qual me chamava.

É nessas horas que a gente vê como a vida pode ser dura.

P.S.: Guardo também este comentário, com seu habitual bom humor.

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