segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fica proibido

Só mesmo quem viveu a “tortura” de ficar preso por duas, três, quatro horas no engarrafamento da BR 040, próximo a Itabirito, na sexta-feira, dia 28 de novembro, sabe o quão estressante foi. O incrível é que o acidente que provocou o congestionamento aconteceu por volta das 15h e, por exemplo, quando passei pelo local, já eram quase 21h e não havia sido removido nenhum veículo envolvido na batida.

Eu, que fiquei 2h20 parado, ainda não fui um dos mais prejudicados. Um amigo ficou 4h andando “em ritmo de lesma”. No ônibus em que eu estava, além da já comum inquietação que acomete os passageiros nessas situações de anormalidade, ocorre que a maioria desanda a ligar – para casa ou para os amigos, avisando do atraso ou desmarcando compromissos.

O imprevisto estava até provocando o término de um namoro. Explico, antes de mais nada, que não estava bisbilhotando a vida do rapaz que ligava de dentro do ônibus. Confesso que ouvir conversas alheias em lugares públicos é um de meus passatempos prediletos. Mas, nesse caso, todos que estavam no coletivo intermunicipal escutaram o diálogo. Engraçado até que os passageiros pareceram se calar para acompanhar, atentos, o caso do jovem.

Ele dizia à namorada (de nome Andreza) que havia saído de Governador Valadares e, no caminho, já estava enfrentando o terceiro acidente – sem almoço e nem banho. A moça, pelo jeito, parecia duvidar disso e se recusava a recebê-lo em casa, em Conselheiro Lafaiete, ao passo que o jovem pedia compreensão e compaixão. Não demorou e a mãe da moça entrou na história, pois parece que ela, em Lafaiete, começou a implicar com o atraso do namorado da filha. O “passageiro da agonia” apelou, dizendo que, se dependesse da vontade da mãe, ele e Andreza nunca ficariam juntos.

Antes de desligar, ainda deu tempo de o rapaz dizer que, se a amada não aparecesse no local e hora combinados, poderia esquecê-lo, pois ele nunca mais voltaria lá. É por esses e outros transtornos que os acidentes no trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete poderiam ser vetados. Que bom seria ler nos diários oficiais da vida: “Fica proibido, por lei, acontecerem acidentes entre BH e CL, pelo bem dos nervos e das relações humanas”.

4 comentários:

Anônimo disse...

Porque o rapaz não pediu á namorada que enviasse a sogra para ajudar a remover os veículos do local??????!!!! Fala sério!
Eu também fiquei desprovida do namorado na sexta-feira, pois ele ficou 3h parado na estrada e ainda teve que dar a volta por Ouro Preto. Realmente esses fatos afetam os nervos e os sentimentos de saudade!!!!

Anônimo disse...

Eita betão, vc tb é bem felino com as palavras eim, parabéns tá bem divertido o seu brogue...
MAico

Anônimo disse...

Muito bom meu caro...palavras muito bem postadas e de incrivel forca acertiva.Acidentes devem ser mesmo vetados.Lembrando que depois dessa,farei uso de dupla atencao ao comentar ''casos'' na sala de ingreis...
Brincadeiras a parte, o Blog esta otimo!

Mauro

Anônimo disse...

É Joelmir... ouvindo a discussão, mas esse não é um passatempo só seu não, de quase todo mundo. A diferença está em admitir isso!
E esses constrangimentos acontecem mesmo, eu sofri com isso quando fui fazer a prova da UFV em Belo Horizonte, a minha sorte é q provocou apenas meia hora d atraso e foi esse o tempo limite para minha chegada!

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