segunda-feira, 23 de março de 2009

Qual a sua graça?

Quando o assunto é nome próprio, não tenho muito o direito de me manifestar, pois o meu é bem exótico (ou melhor, nem tão raro assim: uma busca rápida no Orkut revela pelo menos seis homônimos de Joelmir Tavares). Uma amiga - também de nome "diferente", como as pessoas gostam de dizer - brinca que temos a vantagem de ser "exclusivos". Raramente você vai encontrar alguém para dividir a "alcunha". Ou então é assim: "Você conhece fulano de tal?". A pessoa, definitamente, ou conhece ou não conhece, porque fulano de tal é único. Ah, o nome da minha amiga é Egle (filha de Eliane e Geraldo).

Eu ouço a minha vida inteira a comparação com Joelmir Beting. Já é de lei:

- Qual seu nome?
- Joelmir.
- Mas não é o Beting não, né?!
- Não... (acrescido de uma risada sem graça).


Bem, mas outro dia, correndo os olhos na lista de aprovados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), encontrei uma Thattyanne Ckysttyann A. Souza. Também já ouvi falar de uma garotinha chamada Lecthycia. Quando vejo nomes assim, penso logo em uma mãe perua, bem perua mesmo, que acha "chique" ir metendo "h", "y", "k" e consoante dupla onde for possível. Imagina a dificuldade dessas crianças na fase de alfabetização. A pobre criatura deve achar mais fácil inventar um apelido para si própria, para ver se facilita a coisa. Eu sempre imagino a dificuldade da pessoa ao ter que soletrar o nome pelo telefone: "T-H-A-T-T-Y-A-N-N-E". Já pensou?


As coisas poderiam ser mais fáceis, se os pais tivessem o mínimo de noção.


Há algumas semanas, li no obituário do Correio da Cidade (sim, eu leio até o obituário!) o nome de um senhor que morreu (é óbvio, se estava no obituário...) e tinha o apelido de "Pecado". Pensei mil hipóteses que pudessem ter gerado esse cognome. Será que ele era muito bonito e representava a perdição para as mulheres? Será que nasceu de uma relação escusa e a mãe, quando o pariu, logo mandou: "Esta criança é fruto do meu pecado!"? Sei lá. E já imaginou os milhares de trocadilhos possíveis com esse apelido. As pessoas ligavam e perguntavam: "O Pecado está aí?". Ou senão: "Fulana de tal é casada com o Pecado"...

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é, a minha graça é Egle! Eu tbm imagino, Joelmir Beting, aquelas mães peruas que querem um nome bem "pop", estilo Britney Spears e colocam esse tanto de letras, hehe... Outro dia veio uma Shanna aqui no meu trabalho. Nome bem sugestivo, ne?!

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