segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Entrevistados & entrevistadores

Nesses últimos dias, tive a oportunidade de assistir, após um bom tempo de afastamento, aos programas do Jô e do Amaury Jr., nas noites da nossa tão maltratada TV. A primeira atração, como se sabe, enfrenta uma constante crise de audiência, já que não raro é derrotada no Ibope por filmes da Record ou do SBT. Muitos também já apontam o esgotamento de sua fórmula.

Mas o interessante é ver que, apesar de tudo, o "Programa do Jô" ainda rende alguns bons momentos. Exemplo foi a entrevista com a russa Lola Melnick, que pude ver na sexta-feira, dia 28 de novembro. A presença da bela apresentadora fez com que a atração saísse do comum. Jô foi ágil nas "tiradas", conseguindo interagir com a platéia e a banda, impulsionado pela, digamos, expansividade da moça.

Mais do que isso, foi uma prova de que o programa ainda tem fôlego para cativar o telespectador. Basta que, primeiro, sejam bem escolhidos os entrevistados e, segundo, o apresentador deixe-os falar e, principalmente, se esforce para fugir do "script" e da padronização engessada com a qual invernizou a atração. A entrevista com Lola pode ser vista aqui
e aqui.

Já no caso de Amaury Jr., a mudança mais urgente não deve ser na escolha dos entrevistados, mas, sim, na postura do entrevistador. Haja paciência para agüentar algumas perguntas impróprias, superficiais e até mesmo desrespeitosas que ele cisma em fazer! Na sexta-feira, dia 28, quem sofreu com o despreparo de Amaury foi Elba Ramalho. Embora o apresentador tenha a importunado com algumas idiotices, o resultado final foi positivo, pois a cantora falou o tempo todo com muita autenticidade e revelou um espírito que, particularmente, não conhecia.

O mesmo se pode dizer de Cássia Kiss, entrevistada no sábado, dia 29. A atriz também "segurou a peteca" e foi o único bom motivo para continuar sintonizado na emissora de Amaury. Muitas vezes, inclusive, era a própria Cássia - para o bem do telespectador - quem conduzia a entrevista, apresentando toda a sua sensibilidade humana, competência profissional e consciência do envelhecer.

Mais irritante do que a conduta de Amaury Jr., só mesmo a edição do programa, que inseriu sons de aplausos a cada frase de Elba e Cássia. Era óbvio que a platéia não aplaudia toda hora, até porque, em algumas passagens que os editores enfiaram as aborrecedoras palmas, as entrevistadas não estavam soltando nenhuma "pérola" ou "frase tipo lição de vida". Se as equipes não trabalharem pela renovação dos programas, inclusive orientando seus "âncoras", ficará difícil manter o prestígio desses dois "dinossauros" da televisão.

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